O Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares), membro-fundador e parte da coordenação da Articulação Agro é Fogo, participou nos dias 28 e 29 de maio de um encontro do GT Operativa em São Luís (MA). O objetivo foi planejar ações de combate aos incêndios criminosos que devastam biomas e ameaçam comunidades tradicionais.
O grupo avaliou as ações em curso e avançou nas pautas definidas na reunião ampliada de março, em Brasília. Entre os encaminhamentos, destacam-se estratégias para denúncia sistemática dos incêndios e preparação de mobilizações regionais e nacionais.
Silvio Marques, SJ, diretor do Sares, ressaltou a importância da união para enfrentar os incêndios criminosos: “As organizações da sociedade civil, religiosas, que combatem incêndios criminosos em nossos biomas, dependem da união de voluntários, comunidades, instituições e autoridades. Juntos, atuamos na prevenção, no combate às chamas e na conscientização”.
Ele ainda reforçou que essa colaboração é essencial para fortalecer as ações: “A colaboração amplia recursos, agiliza respostas e fortalece a mobilização. Somente unidos podemos proteger os nossos biomas e todas as formas de vida dessa ameaça, já vastamente documentada e denunciada”.
Fortalecendo alianças
O encontro em São Luís contou com organizações da coordenação operativa, como: Associação Comunitária de Educação em Saúde e Agricultura (Acesa); Comissão Pastoral da Terra (T); Conselho Pastoral dos Pescadores (P); Povo Apinajé e o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares). Houve momentos de formação, debates sobre a conjuntura socioambiental e definição de prioridades para a articulação.
Crimes ambientais exigem resposta coletiva
O Brasil está entre os países que mais destroem seus biomas. Só em 2024, mais de 7 mil km² de vegetação nativa foram perdidos na Amazônia e no Cerrado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Por trás desses números estão grileiros e interesses econômicos, muitas vezes tolerados ou incentivados por autoridades.
A Articulação Agro é Fogo surgiu em 2019 como resposta ao “Dia do Fogo”, quando incêndios intencionais arrasaram partes da Amazônia. Em 2020, o Pantanal viveu uma tragédia sem precedentes, com 30% do bioma consumido pelas chamas. A rede reúne movimentos, pastorais e organizações que defendem a Amazônia, o Cerrado, o Pantanal e seus povos, denunciando violências e promovendo a mobilização socioambiental frente ao avanço do agronegócio.
Para conhecer mais sobre a Articulação Agro é Fogo, suas ações e campanhas, e os canais oficiais: www.agroefogo.org.br e @agroefogo nas redes sociais. A luta contra os incêndios criminosos e pela proteção dos biomas e povos tradicionais depende do envolvimento de todas e todos. Abrace essa causa e fortaleça a mobilização em defesa dos nossos territórios, biomas e modos de vida.