Jesuítas participam da 45ª Assembleia Regional do CIMI Norte 1 em Manaus

Reunindo missionários, leigos e lideranças, encontro marca reflexões sobre a luta indígena e a mobilização para a COP 30

Entre os dias 6 e 13 de fevereiro de 2025, acontece em Manaus, na chácara do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a 45ª Assembleia Regional do CIMI Norte 1, juntamente com o Fórum das Equipes que atuam nos estados de Roraima e Amazonas. Com o tema “A resistência dos povos indígenas frente às falsas soluções em seus territórios”, o encontro reune missionários, leigos e lideranças indígenas para discutir os desafios enfrentados pelos povos originários, organizar novas frentes de atuação e preparar estratégias para a COP 30 e o ano de 2025.

O evento conta com a participação de bispos que atuam na região amazônica, entre eles o Cardeal Leonardo Steiner, Dom Raimundo Vanthuy, Dom Adolfo Zon Pereira e Dom José Albuquerque. Durante suas falas, os religiosos destacaram as dificuldades enfrentadas nos trabalhos pastorais na Amazônia e incentivaram os missionários a continuarem sua atuação junto aos povos indígenas.

Os Jesuítas da Amazônia também se fazem presentes na assembleia, compartilhando experiências sobre suas missões e reforçando o compromisso com a causa indígena. Participam do encontro:

  • Pe. Silvio Marques, SJ – Diretor do Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares);
  • Pe. Urbano Mueller, SJ – Pastoral Indigenista;
  • Ir. Plínyo Fagner, SJ – Pastoral Indigenista;
  • Pe. Vanildo Pereira, SJ – Coordenador da Equipe Indigenista da Província dos Jesuítas do Brasil (BRA) e membro da Pastoral Indigenista junto ao CIMI;
  • Ir. João Luiz – Equipe Itinerante;
  • Pe. Rogério Mosimann, SJ – Delegado para a Preferência Apostólica Amazônia (Paam).

Preocupação com o marco temporal

Entre os temas discutidos, um dos mais urgentes é a recente aprovação da Lei 14.701, que estabelece a tese do marco temporal como critério para a demarcação de terras indígenas, contrariando decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2023. Para Pe. Vanildo Pereira, SJ, a medida representa uma grave ameaça aos direitos indígenas conquistados na Constituição de 1988.

“O Conselho Indigenista Missionário, juntamente com tantos parceiros, incluindo os jesuítas que atuam na missão indigenista, manifesta sua total indignação e repúdio a essas medidas. Reafirmamos nosso apoio aos povos indígenas, que rejeitam essa afronta e exigem o imediato julgamento da inconstitucionalidade dessa lei. A Lei 14.701 não pode prevalecer”, afirmou Pe. Vanildo.

Fortalecimento da missão indigenista

Além das análises sobre o contexto político e legislativo, a assembleia também proporciona momentos de partilha e fortalecimento das equipes missionárias. Pe. Urbano Mueller, SJ, destacou a importância desse encontro para a continuidade dos trabalhos em defesa dos povos indígenas.

“Essa Assembleia é sempre um momento importante, pois reúne também lideranças indígenas das regiões onde trabalhamos. A formação sobre a realidade e a análise de conjuntura são fundamentais, especialmente diante dos desafios que enfrentamos atualmente no Brasil. Compartilhar experiências fortalece nosso compromisso e nos inspira a seguir adiante nessa caminhada desafiadora”, ressaltou Pe. Urbano.

O evento reafirma o compromisso dos missionários e agentes indigenistas na luta pelos direitos dos povos originários, reforçando a necessidade de mobilização diante dos desafios políticos e sociais que ameaçam suas comunidades.

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Felipe Moura

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